PORTAL DO CAMPO DE PÚBLICAS

Saudação ao I ENEPCP

 
19/02/2018
 
Atualizado em
22/03/2022

Brasília sedia, de 30 de novembro a 3 de dezembro de 2015, na parceira Escola de Administração Fazendária (ESAF) e na Universidade de Brasília (UnB), um dos pilares do Campo de Públicas, o I Encontro Nacional de Ensino e Pesquisa do Campo de Públicas (ENEPCP – http://www.enepcp.org/acp/). Trata-se do primeiro evento científico organizado pela Associação Nacional de Ensino e Pesquisa do Campo de Públicas (ANEPCP), fundada em 12/03/2015, na cidade de Natal (RN).

Como uma associação criada em março realiza um evento nacional já em dezembro? Eis uma pergunta que qualquer um que não conheça o Campo de Públicas poderia fazer, boquiaberto. Mas quem conhece esse movimento, que teve início em 2010, não se espanta: a ação coletiva, a colaboração desinteressada entre pares e a clareza e firmeza de propósitos movem estudantes, professores, pesquisadores, coordenadores dos cursos superiores de Administração Pública, Gestão Públicas, Políticas Públicas, Gestão de Políticas Públicas e Gestão Social, em todo o Brasil, de modo singular, notável, admirável.

Ainda mais admirável é o vigor adquirido pelo Campo de Públicas em apenas cinco anos. Além de já ter gerado a ANEPCP e articulado o ENEPCP, esse Campo conquistou, em 2014, Diretrizes Curriculares Nacionais próprias para a área; concebeu os fundamentos e participou da elaboração (junto ao INEP) do primeiro Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (ENADE) da área, aplicado no dia 22/11/2015; articulou uma rede de interação virtual extremamente ativa, em nível nacional; estabeleceu um processo de contatos frequentes entre cursos em todo o país, envolvendo professores, alunos e coordenadores de curso; classificou proposta de inovação no ensino superior (residência em políticas públicas) em certame nacional de sugestões ao governo federal (http://dialoga.gov.br/); deu início (durante o ENEAP 2015, em Atibaia SP) aos preparativos para a criação de uma associação de profissionais egressos.

Discussões relevantes serão realizadas durante o I ENEPCP e decisões importantes serão tomadas na Assembleia da ANEPCP. As discussões recolherão o resultado do primeiro esforço de mobilização de pesquisadores e estudantes-pesquisadores para refletir sobre temas e questões até aqui tidas como fundamentais; uma vez realizadas, deverão lançar luzes sobre novas problemáticas e desafios teóricos e técnicos. As deliberações permitirão uma avaliação da capacidade de articulação e negociação dos militantes do Campo de Públicas para institucionalizar suas práticas ao longo do próximo período. Em jogo os dilemas da passagem de relações horizontais, informais, para relações verticalizadas, formais.

Portanto, é tempo de pensar o futuro sem perder de vista a construção coletiva do passado (ainda com cheiro de presente, no sentido cronológico e no sentido de dádiva que a palavra admite). O Campo de Pública tem sido um movimento desde a Carta de Balneário Camboriú (https://campodepublicas.files.wordpress.com/2012/11/acarta-de-bal_-camboriufimagostovpf.pdf). Um movimento precedido por uma instituição – a Federação Nacional dos Estudantes do Campo de Públicas (FENEAP – http://www.feneap.com/), fundada em 8 de julho de 2007 (VI Encontro Nacional dos Estudantes de Administração Pública  – ENEAP); representado no universo científico e da regulação educacional por outra instituição, a ANEPCP, recém-criada, assim como pela Sociedade Brasileira de Administração Pública (SBAP), no âmbito da pós-graduação; futuramente representado por uma terceira instituição, na relação com os espaços de inserção profissional: a associação de profissionais egressos (com fundação prevista para o ENEAP 2016, em Natal RN). Convém que assim se mantenha. Que o Campo de Públicas seja sempre um movimento – com suas características horizontais, informais, dialógicas – relacionando-se com as atuais e futuras instituições nele ou por ele geradas; de modo que o movimento seja a consciência coletiva das instituições e estas os canais de ação e interlocução do Campo de Públicas com a sociedade, com outras instituições e organizações do mundo científico, da regulação educacional, dos governos etc. Pois se assim não for, é grande o risco de captura do Campo de Públicas pelas lógicas da competição entre pares, do produtivismo científico da pior qualidade, do aparelhamento oportunista por grupos com propósitos distintos dos acalentados pelo movimento, da submissão irrefletida aos órgãos de regulação educacional e de fomento à pesquisa, de burocratização e atrofia política etc.

É tempo, é claro, de comemorar as conquistas e os resultados obtidos até aqui, com tão poucos recursos, graças a tamanha vontade política e capacidade de articulação. É tempo, também, não se pode esquecer, de fazer as críticas e autocríticas construtivas para que os louros não escondam os “pepinos” e “abacaxis” que ainda atravancam o caminho.

É tempo, sobretudo, de construir, apesar de tantas ruínas – aqui e no resto do mundo – na esfera da ação coletiva, da busca do bem-estar social, das práticas políticas republicanas e das visões ideológicas. E construir fazendo uso da força do conhecimento e da doçura da sensibilidade, da força da sabedoria, enfim.

Viva o I ENEPCP. Viva o Campo de Públicas.

Araraquara, 26 de novembro de 2015

VALDEMIR PIRES, do Departamento de Administração Pública da UNESP – Araraquara SP

 

Campo de Públicas nas redes sociais:

https://campodepublicas.wordpress.com/

https://www.facebook.com/campodepublicas/

https://www.facebook.com/groups/campodepubllicas/

Twiter: @campodepublicas

http://www.feneap.com/

http://www.enepcp.org

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *