PORTAL DO CAMPO DE PÚBLICAS

ANEPCP INDICA [Em defesa do Estado social]: “’Auxílio Brasil’ institui os ‘vouchers’ escolares para destruir a educação básica pública”, de autoria de Rafaela Sardinha (INEP/ Doutoranda UFRJ) e Roberto Leher (UFRJ)

ANEPCP INDICA [Em defesa do Estado social]: “’Auxílio Brasil’ institui os ‘vouchers’ escolares para destruir a educação básica pública”, de autoria de Rafaela Sardinha (INEP/ Doutoranda UFRJ) e Roberto Leher (UFRJ)

  29/11/2021
  Atualizado em 22/03/2022
 
 
Nesta semana, o Comitê Temático sobre o Programa Bolsa Família na ANEPCP indica a leitura de novo texto que discute o Auxílio Brasil e o Voucher como estratégia política do governo.
 
O Comitê Temático sobre o Programa Bolsa Família na ANEPCP vem apresentando sugestões e contribuições em defesa do Estado Social no Brasil. Continue acompanhando as nossas redes sociais para conhecer e debater ainda mais sobre a temática!
 
O artigo pode ser acessado pelo link: https://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Politica/-Auxilio-Brasil-institui-os-vouchers-escolares-para-destruir-a-educacao-basica-publica/4/52120

PODCAST – Desassossego – Episódio 4: Em defesa do Estado de Proteção Social: o que é isso de proteção social?

PODCAST – Desassossego – Episódio 4: Em defesa do Estado de Proteção Social: o que é isso de proteção social?

  25/11/2021
  Atualizado em 22/03/2022



 

O Observatório das Desigualdades da Fundação João Pinheiro, em parceria com a ANEPCP, produziu uma série de 3 podcasts que discutem a proteção social no Brasil, os desafios e as alternativas possíveis, a partir da visão de distintos pesquisadores do Campo de Públicas e da proteção social. O veículo será o Desassossego, podcast do Observatório, que já conta com outros episódios e terá na programação das próximas semanas esse espaço voltado à série. O primeiro episódio dará um panorama sobre as políticas de proteção social no Brasil; o segundo prosseguirá em direção a um dos principais programas, reconhecido internacionalmente, que é o Bolsa Família e sobre a realidade das políticas de transferência de renda no Brasil hoje. Por fim, o terceiro episódio atualizará essa discussão, ao tratar da transição Bolsa Família – Auxílio Brasil e das expectativas advindas do que até então se sabe desse novo Programa.

-Link para acesso ao primeiro episódio dessa série de 3 podcasts temáticos: Nesse episódio, teremos como entrevistados Carla Bronzo, Carolina Stuchi, Natália Satyro e Rafael Ozório.

Podcast 1: Desassossego Ep.4 → Um debate necessário sobre o presente e futuro das políticas de proteção social no Brasil: o que é isso de proteção social? https://open.spotify.com/episode/4NKKaZYsWy73Iqrh4VNkXD




Webinário – Em defesa do Estado de Proteção Social: transferência de renda no enfrentamento das desigualdades

.

Webinário – Em defesa do Estado de Proteção Social: transferência de renda no enfrentamento das desigualdades

  23/11/2021
  Atualizado em 22/03/2022



A Associação Nacional de Ensino, Pesquisa e Extensão do Campo de Públicas (ANEPECP) em parceria com a Rede Brasileira de Mulheres Cientistas, Instituto Alziras e Rede Brasileira de Renda Básica (RBRB), tendo em vista a extinção do Programa Bolsa Família e as incertezas quanto ao Auxílio Brasil que implicam no desmonte da proteção social no Brasil, promoverão o webinário:
Em defesa do Estado de Proteção Social: transferência de renda no enfrentamento das desigualdades
EXPOSITORAS:
MOEMA GRAMACHO – bióloga, química, política brasileira no exercício do quarto mandato como prefeita da cidade de Lauro de Freitas-BA.
DEISE FATUMA – percussionista, poeta, assistente social, mestra nos estudos interdisciplinares sobre mulheres, gênero e feminismos (PPGNEIM/UFBA). Atua no Programa Corra Pro Abraço Juventude.
SANDRA BRANDÃO – economista, metra em economia (Unicamp), analista da Fundação SEADE, foi chefe do gabinete de informações da Presidência da República no governo Dilma Rousseff.
MEDIADORA:
CARLA BRONZO – socióloga, professora e pesquisadora da Escola de Governo da Fundação João Pinheiro, Observatório das Desigualdades, ex-Diretora de Ensino da Anepecp

DATA: 25 nov. 2021 – quinta-feira – 19h
ONDE: Canal da Anepcp no Youtube – https://www.youtube.com/watch?v=A9JB9GSUUdo
Participe e divulgue!




ANEPCP INDICA [Em defesa do Estado social]: “O Auxílio Brasil não é um novo Bolsa Família. É um pastel de vento…” (de autoria de Tereza Campello)

ANEPCP INDICA [Em defesa do Estado social]: “O Auxílio Brasil não é um novo Bolsa Família. É um pastel de vento…” (de autoria de Tereza Campello)

22/11/2021
Atualizado em 22/03/2022
 
Nesta semana, o Comitê Temático sobre o Programa Bolsa Família na ANEPCP indica a leitura do artigo “O Auxílio Brasil não é um novo Bolsa Família. É um pastel de vento…” de autoria de Tereza Campello, Economista, titular da Cátedra Josué de Castro de Sistemas Alimentares Saudáveis e Sustentáveis da USP, e foi ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome no governo Dilma Rousseff. O Comitê Temático sobre o Programa Bolsa Família na ANEPCP vem apresentando sugestões e contribuições em defesa do Estado Social no Brasil. Continue acompanhando as nossas redes sociais para conhecer e debater ainda mais sobre a temática! O artigo foi publicado na Carta Capital e pode ser acessado pelo link: https://www.cartacapital.com.br/politica/o-auxilio-brasil-nao-e-um-novo-bolsa-familia-e-um-pastel-de-vento/

ANEPCP INDICA [Em defesa do Estado social]: ‘Auxílio Brasil é Bolsa Família de roupa velha’ (Flávio Cireno)

ANEPCP INDICA [Em defesa do Estado social]: ‘Auxílio Brasil é Bolsa Família de roupa velha’ (Flávio Cireno)

 
19/11/2021
 
Atualizado em
22/03/2022

O Comitê Temático sobre o Programa Bolsa Família na ANEPCP vem apresentando sugestões e contribuições em defesa do Estado Social no Brasil.

Nesta semana, o Comitê indica a leitura do artigo “Auxílio Brasil é Bolsa Família de roupa velha” de autoria do Prof. Flavio Cireno, Professor do mestrado em monitoramento e avaliação na Escola Nacional de Administração Pública (Enap), pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco e membro do Conselho Consultivo da Associação Nacional de Ensino, Pesquisa e Extensão do Campo de Públicas (Anepcp).

O artigo foi publicado em 16/11/2021 na Folha de São Paulo e pode ser acessado a seguir:

 

TEXTO:

Auxílio Brasil é Bolsa Família de roupa velha

Programa tem remendos evidentes, feitos com o pior da política brasileira

16.nov.2021 às 9h00

Flavio Cireno

(Professor do mestrado em monitoramento e avaliação na Escola Nacional de Administração Pública (Enap), pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco e membro do Conselho Consultivo da Associação Nacional de Ensino, Pesquisa e Extensão do Campo de Públicas  – Anepcp)

 

Quando recauchutam uma política pública, sem mudar o seu essencial, mas lhe dando outro nome e fazendo mudanças incrementais parciais, geralmente se diz que ela está “de roupa nova”. Para dar um exemplo, o primo mexicano do Bolsa Família nasceu como Progresa, já foi Oportunidades e Prospera. Governos mudam o nome para associar programas à sua marca e geralmente enfraquecer a marca associada a seus competidores.

Desde que nasceu, em 2004, o Bolsa Família não mudou de nome, em parte porque passou de 2004 a 2016 sob o governo do partido que o criou. Sob Temer, o nome foi mantido, mas o governo passou a alegar —de forma falaciosa— que só agora o Bolsa Família estava sendo “bem administrado”. Mas, apesar de anúncios de instauração de “pentes finos” e que tais (que, na realidade, já aconteciam desde 2005), a metodologia, os batimentos, as portarias e toda a estrutura do programa permaneceram exatamente os mesmos. Também eram os mesmos o primeiro e segundo escalões do Bolsa Família, formados por profissionais de carreira, em geral gestores públicos, como acontecia desde 2004. Nesse tempo, foi decidido que “a roupa” não precisava de mudanças, só de um ferro de passar, e estava tudo bem.

A partir do início do governo Bolsonaro, porém, o programa ficou sob constante ameaça, com a Secretaria Nacional de Renda de Cidadania, o nome formal do programa, sendo colocada na mão de pessoas sem experiência na área. O atual secretário, por exemplo, é um pastor protestante, que chegou lá por questões políticas, para atender à base evangélica da Bahia.

Por outro lado, com a pandemia, ao implementar o auxílio emergencial, o governo Bolsonaro trouxe à superfície um grupo que não tinha tanta visibilidade na assistência social1: aquele dos “por conta própria”, que vivem de ocupações informais e bicos e/ou pulando entre empregos que não costumam ter registro em carteira no setor de serviços, tais como garçons, guias turísticos, marceneiros, encanadores etc. Esses trabalhadores têm um problema grave em seu dia a dia: suas profissões sofrem de forte sazonalidade, e, embora consigam ficar acima da linha de pobreza, não têm renda suficiente para se afastar completamente dela e nem para fazer poupança. São as pessoas de baixa renda, mas que estão acima da linha de meio salário mínimo per capita. A partir daí, batizando esse grupo de “invisíveis”, o governo Bolsonaro decidiu que o programa que substituiria o Bolsa Família, o Auxílio Brasil atingiria a esses brasileiros.

Mas, como dizem, “na prática a teoria é outra”. Antes da pandemia, o hiato de pobreza, que é a quantia necessária para tirar todas as pessoas dessa condição, considerando a linha do Banco Mundial para países de renda média-alta (US$ 5,50 pessoa/dia), era de algo entre R$ 600 e 700 bilhões. Não sei se esse número foi calculado na pandemia, mas arriscaria a dizer que, se foi, chegou perto de R$ 1 trilhão/ano. Aí começa o drama: o Bolsa Família tem um orçamento de R$ 34 bilhões e, mesmo com o Auxílio Emergencial de R$ 600 que custou em 2020 mais de R$ 300 bilhões para atender a população por apenas metade do ano. Mesmo assim, 4,5% dos brasileiros ainda permaneceram na pobreza.

Para tentar ajeitar a roupa, esticaram e encolheram o desenho do Auxílio Brasil. Aqui, vamos nos concentrar apenas no financiamento do programa, deixando as condicionalidades de lado, uma vez que já há bons artigos escritos sobre isso2. A conclusão é que a roupa não cabe. Decidiram então “ajustar” a roupa. É jogada fora a ideia de incluir os “invisíveis”, uma vez que não cabem no orçamento do novo programa. Não cabe. Simples assim. Sobra a ideia de zerar a fila do Bolsa Família3 e manter o anúncio do presidente de que o valor médio do benefício seria de R$ 400.

Para isso, decidem pedalar os precatórios, não sem antes deixar também uma graninha para as emendas de relator na Câmara dos Deputados. Isso somente para complementar a verba para zerar a fila, pois, mesmo excluindo os “invisíveis”, o valor do programa aperta e não chega aos R$ 400. Não cabe. Usam mais um remendo na roupa, um artifício da Lei de Responsabilidade Fiscal, segundo o qual é possível atualizar o valor de programas sociais sem incorrer em crime de responsabilidade. O resultado saiu na segunda-feira (8): um decreto, que além de regulamentar o programa, atualiza as linhas de extrema pobreza e pobreza, que eram respectivamente de R$ 89 e R$ 178, para R$ 100 e R$ 200. Os aumentos, de 12,4%, só cobrem parte da inflação no período, mas, se fossem integralmente atualizados, a fila aumentaria, e o programa ficaria mais caro. Não cabe. O dinheiro não dá, mesmo com o drible da Lei de Responsabilidade Fiscal. Mesmo com a pedalada dos precatórios. Surge então um benefício provisório, que acaba em 31 de dezembro de 2022. Faz-se um arrumado na roupa velha, colocando mais um remendo para que ela caiba, e que depende da vontade política do Executivo e da aprovação do Congresso para ser mantido em 2023.

O Bolsa Família não está de roupa nova. Está com uma roupa velha, com remendos evidentes. Como será mantido? Não se sabe. É provável que mais coisas deem errado. Com uma série de remendos frágeis e mal montados, o Bolsa Família tem uma roupa velha, remendada com o pior da política brasileira.

ANEPCP cria Comitê Temático para promover estudos sobre o Programa Bolsa Família

ANEPCP cria Comitê Temático para promover estudos sobre o Programa Bolsa Família

  03/11/2021
  Atualizado em 22/03/2022



A Associação Nacional de Ensino, Pesquisa e Extensão do Campo de Pública, usando da competência delegada pela Ata da IX Assembleia Ordinária, de 04 de setembro de 2021 e Estatuto vigente, instituiu Comitê Temático para promover estudos, pesquisas, eventos e articulações acerca da temática: Programa Bolsa Família. O Comitê é composto pelos professores e pesquisadores: I – Breynner Ricardo de Oliveira (Universidade Federal de Ouro Preto); II – Carla Bronzo Ladeira (Escola de Governo/Fundação João Pinheiro); III – Edgilson Tavares de Araújo (Universidade Federal da Bahia); IV – Flavio Cireno Fernandes (Escola Nacional de Administração Pública); V – Maria Aparecida Azevedo Abreu (Universidade Federal do Rio de Janeiro); VI – Paulo de Martino Jannuzzi (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Os estudos e atividades resultantes do Comitê Temático serão compartilhados em nossas redes sociais. Acompanhe!